sexta-feira, 24 de julho de 2009

Delos, terra sagrada

Assinalada ainda hoje como uma ilha sagrada, Delos encerra importantes vestígios arqueológicos, visitados por milhares de turistas, sobretudo a partir de Mykonos, o porto mais próximo. As ruínas – de templos, teatros, estátuas, pórticos – cobrem quase a totalidade do território, fazendo recordar os tempos em que a ilha assumia um lugar de destaque no panorama religioso e político do Egeu. Delos começou por ser procurada pelos Iónicos para celebrar os seus rituais, passando no século V a.C. para as mãos dos atenienses. Este povo acreditava que a ilha teria servido de berço a Apolo e que, por esse motivo, seria de todas a mais sagrada . Esta seria, aliás, a razão da sua localização central face ao restante arquipélago (daí a denominação de Cíclades, as ilhas que rodeiam Delos). Sacralizaram–na ao ponto de aí proibirem qualquer nascimento ou morte, tendo, finalmente, acabado por deportar a população para a Ásia menor. Após os gregos, passaram ainda pela ilha os macedónios e os romanos, que a elevaram a um dos mais importantes portos do Mediterrâneo, onde se comercializavam principalmente escravos. O seu carácter sagrado haveria, no entanto, de lhe ditar a má fortuna: em 88 a. C. o rei Mithridates entra em guerra com os romanos, ataca a ilha e assassina 20 000 habitantes num só dia, arrasando os templos e santuários. Delos nunca viria a recuperar deste rude golpe e, após mais alguns ataques de corsários que passaram a dominar o Egeu, acabou por ser totalmente abandonada.

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